Duas palavras distintas, com uma certa correlação entre si.
A criatividade remete à qualidade de uma pessoa que tem a capacidade, o intelecto e o talento para criar, inovar ou até mesmo inventar coisas, tudo isso lógico, a partir da imaginação fértil.
Um indivíduo com uma mente fantasiosa geralmente é muito criativo. Ele divaga com frequência, e no meio dos seus devaneios, é comum aparecer grandes ideias.
Já o psicodrama, é uma metodologia criada por um médico romeno, que consiste em fazer os pacientes que sofrem de perturbações nervosas criarem cenas que possam retratar seu comportamento na vida.
Na Áustria, mais precisamente em Viena, Jakob Levy Moreno, um apaixonado por teatro desde a infância, indicou o psicodrama como um método de tratamento que consiste na discussão dos problemas dos pacientes neuróticos.
Até pela dificuldade de se lidar com a angústia, com a histeria e com as obsessões que caracterizam os neuróticos, o fato de eles improvisarem uma representação teatral, facilitava a exposição do seu comportamento na vida.
Essa forma de proporcionar uma dramatização no paciente tende a fazê-lo entrar em contato consigo mesmo através de uma grande carga emocional que permite que os sintomas aflorem, dando a oportunidade ao terapeuta de compreender a situação.
E muitas vezes, essa dramatização é realizada em grupos. Cada paciente escolhe o seu próprio papel que irão desempenhar durante as cenas, sempre dramáticas, é claro.
Agora, imagine você, o tanto de criatividade que não surge, que se exterioriza durante uma sessão dessas de dramatização. Se não fosse uma doença séria, com o perdão das palavras, poderia até ser insanamente incrível.
A psicoterapia, pela metodologia do psicodrama, ainda sugere ser possível resgatar as diversas possibilidades de criatividade e comportamento do indivíduo através do processo.
Um pouquinho de cultura
Vocês sabiam que a palavra drama se originou na Grécia Antiga?
Pois é! Drama em grego significa ação. Também com conotação de feito, peça, realizar, representar. E está associada à representação teatral na Poética (estudo das obras literárias) de Aristóteles.
Voltando…
Na verdade o drama tem duas vertentes: na forma escrita (literatura) e em forma de espetáculo (teatro, cinema).
O psicodrama é um meio, muito eficaz, de investigar os fenômenos psicológicos dos pacientes através de ações que explorarão, de certo ponto, a criatividade deles.
A ‘maravilha’ de tudo isso está no fato de poder observar a exploração da representação dramática que possibilita o desempenho livre de papéis, sem vínculos ou roteiros preestabelecidos e determinados, e que transforma realmente a vida em uma arte.
Arte essa repleta de criatividade e sentimentos atormentadores e angustiantes, que quando são expurgados, tendem a amenizar os problemas com as sensações que incomodam e que fazem tão mal.
Como se expressar para os pacientes neuróticos é extremamente difícil, o psicodrama surgiu como uma maneira de buscar a verdade através da representação, e acertou em cheio.
Baseada na improvisação, a terapia do psicodrama possui vários fatores relevantes que podemos elencar:
- Aumento do bem-estar físico e emocional
- Crescimento pessoal
- Desenvolvimento de novas habilidades
- Melhora na autoestima
- Auxílio com os relacionamento e vida afetiva
Algumas dicas para estimular a criatividade:
- Sair do lugar comum – experimentar novos pratos, mudar o percurso do caminho de volta para casa ou começar a fazer uma nova modalidade de atividade física;
- Desenhar ou pintar;
- Ler um bom romance, seja ele policial, de suspense, terror ou uma linda história de amor;
- Buscar soluções fora da zona de conforto.
Conclusão
O psicodrama é uma excelente ferramenta que busca promover a interlocução entre o estudo psíquico e a arte, a partir da dramatização dos pacientes, o que auxilia os profissionais a dar suporte aos sofredores dessa patologia.