Na maioria das vezes, um relacionamento abusivo não é percebido por quem está fora desse tipo de relação. Isso porque tanto o abusador como a vítima não expõem suas intimidades a ninguém.
Os motivos são óbvios. Ambos sentem vergonha de suas posições, ao mesmo tempo que fazem vista grossa e inventam desculpas para tentar justificar seus comportamentos.
Geralmente a condição de vítima é atribuída para as mulheres que, ainda na infância, são submetidas a uma educação repressora que impõe submissão às figuras de autoridade como pais e familiares mais velhos. Porém, há relacionamentos abusivos em que o homem é a vítima.
Mas uma mulher poderia abusar do seu parceiro?
Sim. Quando falamos em abuso, não estamos falando apenas de agressões físicas, onde ocorre golpes, puxões, tapas e tudo o que possa causar dor física.
Embora uma mulher também possa agredir seu parceiro fisicamente, existem outros tipos de violência, que são tão graves quanto às agressões físicas.
Abusos mais comuns:
- Violência moral – é aquela que ameaça destruir a reputação do outro, seja com fatos verídicos ou caluniosos.
- Violência contra o patrimônio e econômica – acontece quando o poder econômico é controlado pelo parceiro que, muitas vezes, oculta seu verdadeiro patrimônio. Também quando esse mesmo parceiro cria empecilhos para que o outro trabalhe, objetivando criar uma dependência financeira da vítima.
- Violência psicológica – ocorre quando há humilhação direta ou velada; ameaças verbais ou expressadas por atitudes como distanciamento e isolamento, que causam insegurança e ciúmes.
- Violência sexual – quando há força física; chantagens; exigência de práticas sexuais das quais o outro não está confortável em praticar; recusa em usar o preservativo.
Mesmo que os homens possam ser vítimas num relacionamento abusivo, historicamente e estatisticamente, o lugar de vítima mais comum é ocupado pela mulher.
Toda a educação patriarcal a qual as meninas e meninos são submetidos ainda na infância, confere a elas a boa educação definida por aceitação, enquanto que a eles lhes é conferido o poder de escolha. Esse perigoso trajeto é seguido por muitas mulheres que levam essa referência para suas vidas conjugais ou relacionamentos amorosos e então, passam a aceitar tudo o que lhes são imposto por seus parceiros. Iniciando assim, um ciclo permissivo para um relacionamento abusivo.
Você consegue discernir se está num relacionamento abusivo?
Você até pode acreditar que é comum se relacionar com pessoas nocivas para sua vida. Seja no trabalho, através de amizades falsas ou no campo afetivo. Mas está enganada.
Um relacionamento abusivo é aquele que causa mal-estar, mesmo que ainda ofereça conforto e prazer em alguns momentos.
Alguns sinais podem indicar se você está num relacionamento abusivo:
- Você tem medo de desagradar seu parceiro e ser repreendida por ele;
- Seu parceiro não tolera quando você erra;
- Você tem vontade de deixar seu parceiro, mas não tem coragem de seguir sem ele. Não porque o ama loucamente, mas porque acha que não vai conseguir;
- Sempre que seu parceiro a machuca, você cria desculpas para o comportamento dele.
- Você é permissiva e extremamente tolerante;
- Sua autoestima anda em baixa;
- Geralmente se sente usada e negligenciada, mas prefere fingir que está tudo bem.
Observe com mais atenção o que vem acontecendo a sua volta. Como o seu parceiro se comporta e como você se sente em relação a ele e ao seu modo de agir.
Todos são capazes de encontrar pessoas melhores para se relacionar e ninguém precisa se submeter ou aceitar quaisquer tipos de maus-tratos.
Se você se identificou com esse texto, reveja as suas opções. Lembre-se que todas nós temos direito a felicidade.